PABLOCHI - 10 – Olímpiadas de Verão




Capítulo 10 – Olimpíadas de Verão (Narrado por Pablo)

À noite fiquei pensando na nova garota e no ciúme visível de Rochi.
Já era tarde, eu estava deitado na cama, olhando fixamente para o teto branco. Victorio entrou no quarto. Foi de até sua cama e depois voltou para perto de mim.

Victorio: Pablo, o que são as Olimpíadas de Verão?

Pablo: Olimpíadas de Verão?

Victorio: Você também não sabe o que são?

Pablo: Não, eu sei o que são. Só não sei por que está me perguntando isso.

Victorio: Ouvi alguns alunos falarem a respeito.

Pablo: Bom, as Olimpíadas de Verão acontecem todos os anos. Nelas decoramos todo o NE com cores vibrantes típicas dessa estação. De dia temos jogos como em olimpíadas e a noite, apenas festas sem hora para terminar.

Victorio: Uau!

Pablo: É. As Olimpíadas de Verão são realizadas no final do verão, é como uma despedida. Um recomeço para a vida. Apesar de que o Outono não anuncia vida alguma. Por isso prefiro os Jogos da Primavera.

Victorio: Jogos da Primavera?

Pablo: Vico, voce realmente têm muito que aprender sobre o NE.

Victorio: Quem melhor do que voce para me ensinar!

Pablo: Mas não agora. Tenho algo para fazer. Depois te ensino tudo.

Victorio sorriu e eu saí do quarto. Fui ao prédio principal em busca de Mercedes quando encontrei com a Morena.

Lali: Oi... É Pablo, certo?

Pablo: Sim. Mariana?

Lali: Lali. Prefiro que me chamem de Lali.

Pablo: Tudo bem, Lali. Deseja algo?

Lali: Na verdade sim. – ela se aproximou de mim. Olhava-me fixamente e por um momento minha vontade foi correr dali.

Pablo: Então, o que... O que deseja?

Lali: Estou procurando por Mercedes. Soube que terá um evento próximo.

Pablo: Sim, são as Olimpíadas de Verão.

Lali: Exato. Bom eu sou uma cantora divina e particularmente adorável. – ela era um tanto egocêntrica e chegava a ser engraçada. – Sabe onde posso encontrá-la?

Pablo: Quem? – eu me perdi.

Lali: Mercedes.

Pablo: Ah sim. Posso levá-la até a sala eu estou indo pra lá.

Lali: Ótimo. – ela se aproximou mais e envolveu seu braço no meu. Eu não podia simplesmente empurrá-la, então a deixei e fomos em direção a sala 0.

Assim que chegamos, pedi à garota que esperasse próximo ao elevador. Eu fui até a sala. Dei três leves batidas na porta e entrei.

Pablo: Podemos falar?

Mercedes: Se for a respeito dos selvagens, nosso assunto acabou, Pablo. – ela ficou de costas para mim.

Pablo: Não é por isso que vim aqui!

Mercedes: Então o que é?

Pablo: Preciso falar com Kant.

Mercedes: Pablo, já falamos sobre isso também...

Pablo: Não, não falamos. Eu preciso ver o Kant.

Mercedes: Já lhe disse que ele está ocupado. Quando ele puder irá te procurar. Eu já disse a ele que voce quer vê-lo, mas ele não pode te ver agora. Entenda de uma vez por todas.

Eu suspirei nervoso e ela me olhou decepcionada. Com certeza não era esse tipo de atitude que ela esperava de um de seus mais importantes soldados.

Mercedes: Mais alguma coisa?

Pablo: Mariana quer vê-la.

Mercedes: Mande entrar, por favor.

Eu saí e avisei à morena, que entrou na sala confiante e animada. Eu não a esperei voltar e fui para o meu quarto.

(Narrado por Rocío)
Eu estava prestes a me deitar quando a morena entrou no quarto, pulando e comemorando.

Lali: Perfeito! Perfeito!

Rochi: O que seria assim tão perfeito?

Lali: Eu consegui o que eu queria. Vou me apresentar na Olimpíadas de Verão!

Euge: Nossa, que legal! – Eugenia disse irônica.

Lali: Está com inveja por que eu vou e voce não.

Rochi: Na verdade ela vai sim. Eu e Euge também vamos nos apresentar.

Lali: Como?

Euge: Mercedes nos escolheu. Agora por favor, pare de falar e deixe-me dormir. – ela se cirou e cobriu o rosto com o cobertor.

Lali: Ela é sempre assim?

Rochi: Logo ela se acostuma com voce.

Lali: Vocês vão mesmo se apresentar?

Rochi: Sim. Algum problema?

Lali: Não.

Eu me virei e fechei os olhos. Depois de alguns minutos, Lali finalmente apagou todas as luzes, mas mesmo assim eu continuei sem sono. Eu me remexia na cama, mas nada me devolvia o sono. Abri meus olhos e me levantei devagar para não acordar minhas colegas de quarto.
Caminhei até o banheiro, entrei e fechei a porta. Acendi a luz e nesse momento minha cabeça começou a doer. Lavei o meu rosto e olhei-me no espelho. Eu estava horrível. Meu rosto estava completamente frívolo sem expressão alguma. Minha cabeça estourava e eu me sentia perturbada. Sentei-me no chão e puxei um caixa de debaixo do banco que se encontrava encostado à parede próxima a porta. Nela estavam minhas letras e algumas histórias. Não sei se era por medo ou por vergonha, mas eu as mantinha escondidas, longe de todos os outros olhos exceto os meus.
Tirei algumas folhas e comecei a escrever camufladamente, sobre meus sentimentos destrutivos. Ciúme, inveja e rancor. Escrever era uma maneira de eu me libertar de tais sentimentos sem ferir ninguem.
De manhã, senti alguém me empurrando de leve, o que não me fez abrir mus olhos cansados.

Euge: Rochi! – ela disse em tom suave. – Acorda Rochi! – ela manteve o tom suave. – Rocío! Acorda! – ela gritou.

Eu acordei assustada. As folhas que estavam sobre mim foram ao chão.

Euge: Desculpe-me!

Eu juntei tudo rapidamente e coloquei novamente na caixa, levando a mesma de volta para debaixo do banco.

Euge: Você dormiu aqui?

Rochi: Eu... Não sei. Parece que sim.

Euge me ajudou a levantar. Eu me arrumei rapidamente, já era tarde e tínhamos muito que fazer. Os preparativos para as Olimpíadas de Verão estavam por começar!
Nós duas descemos e ao chegarmos ao pátio já encontramos o local ganhando vida.

Mercedes Rocío! Eugenia! – ela se aproximou. – Já escolheram a musica de voces?

Euge: Eu já escolhi a minha.

Mercedes: Ótimo. Informo-lhe logo quem será o responsável pelas musicas para que voce possa avisá-lo. E quanto à voce, Rocío?

Rochi: Ainda não escolhi.

Mercedes: Você tem à tarde.

Eu balancei a cabeça positivamente e ela se afastou. Euge foi até onde Vico, Agus e Cande estavam. Eu dei uma olhada geral no local. O pátio estava ficando incrivelmente belo. No palco, que se encontrava a minha frente, havia espelhos. Enormes e perigosos espelhos. E próximo aos espelhos, Lali e meu namorado.
O ciúme ferveu-me o sangue. Respirei fundo e me aproximei.

Rochi: Bom dia Lali! – eu sorri.

Lali: Bom dia. – ela parecia irritada com a minha presença.

Rochi: Bom dia amor! – eu o beijei vorazmente. Em partes eu o beijava pelo sentimento sincero que existia entre nós. Mas também o beijava para provocá-la.

Pablo: Acordou tarde hoje?

Rochi: Dormi no banheiro! – eu disse dando uma leve risada.

Pablo: Por que no banheiro? Por que não na minha cama?

Rochi: Pablo!

Pablo: Calma, é so brincadeira! – ele envolveu minha cintura e beijou minha bochecha.

Mariana nos olhava com ódio. O ciúme dela era maior que o meu e me dava medo. Me parecia que ela perderia o controle a qualquer momento. E eu estava certa. Quando eu e Pablo nos soltamos, Lali correu furiosa até mim e me empurrou.
A força que ela colou sobre meu corpo, me levou contra um dos espelhos que se partiu instantaneamente.

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