

O filme de
Gabriel Nesci, esta na sétima posição no ranking dos melhores de 2012.
Do criador de Todos contra Juan. Damián, Marcelo, Luciano e Facundo são
quatro amigos na faixa dos trinta cuja relação está atravessada por três
grandes temas: a música, a amizade e as mulheres.
Todos eles se
apaixonam e se desapaixonam; alguns com a pessoa certa, outros com a
errada. O amor começa e acaba. E, na volta da esquina, pode começar
novamente. Na continuação, leia a crítica e mais detalhes do filme.
TITULO ORIGINAL: Todo lo que necesitas es amor
TITULO ALTERNATIVO: Todo lo que necesitan es amor
ORIGEM: Argentina.
ATORES: Emilia Attias, Fernán Mirás, Gastón Pauls.
ATORES SECUNDÁRIOS: Inés Efrón, Carolina Peleritti.
DIRETOR: Gabriel Nesci.
FOTOGRAFIA: Rolo Pulpeiro.
TEXTO: Gabriel Nesci.
MÚSICA: Guillermo Guareschi.
GÊNERO: Romance, Comedia.
DURAÇÃO: 116 Minutos
QUALIFICAÇÃO: Adequado para todo público
DISTRIBUIDORA: Boa Vista
FORMATOS: 2D.
CÓPIAS EM SUA SEMANA DE ESTREIA: 50
ESTREIA EM BUENOS AIRES: 27 de Setembro de 2012
CORRIENTES: 18 de Outubro de 2012
CÓRDOBA: 27 de Setembre de 2012
DADOS PARA DESTACAR: Este filme está em 7° lugar no ranking dos melhores de 2012
Crítica: Días
de vinilo é sem dúvida uma das melhores estreias argentinas do ano e
todos os elementos que formam o filme merecem ser analisados e
destacados separadamente.
Mas primeiro
há que centralizar um pouco em seu criador, Gabriel Nesci, dado a que
esta é sua primeira obra e ainda assim consegue que o espectador com
olhos e ouvidos apurados reconheça seu trabalho e seu selo dado a que a
identidade de seu produto televisivo (a genial série Todos contra Juan)
está impregnada ao longo da fita.
Assim é como
se pudessem encontrar pequenas homenagens e referências ao cinema
através de comentários dos protagonistas e detalhes para ser
descobertos. Mas a grandeza do filme recai em outro lado: a música.
Já desde o
título se pode vislumbrar uma identidade retrô e até nostálgica que
acompanha a história de duas formas, por um lado com temas originais de
artistas internacionais (uma rareza no cinema argentino) tais como
Queen, Rod Stewart, Morrisey, INXS, Phil Collins e temas que faziam The
Beatles (não originais deles) quem aqui estão graças à banda tributo The
Beats. Além da música original onde se destaca o tema escrito pelo
diretor e interpretado por Emilia Attias.
A outra forma
na qual a música acompanha é na narrativa em si mesma porque há
contínuas referências sobre ícones do rock e suas lendas com principal
ênfase sobre o melhor quarteto de todos os tempos.
Desta maneira é
como nos adentrarmos em uma história de amizade e amor através das
vivências de quatro amigos que se conhecem desde toda a vida e que agora
estão em seus trinta e pico e que se encontram em um momento crucial:
um deles se casa.
O argumento se
divide em quatro histórias que convergem em uma. E assim é como
conhecemos Damián (Gastón Pauls) que é um escritor que busca se
reinventar enquanto tenta superar a separação com sua ex (Carolina
Peleretti), ao mesmo tempo que tenta adequar seu novo trabalho às
exigências de Leonardo Sbaraglia, quem interpreta a si mesmo, e conhece
Vera (Inés Efrón) quem dará a sua vida um giro bastante interessante e
situações muito engraçadas.
Também nos
encontramos com Luciano (Fernán Mirás) um locutor radial um tanto
obssessivo que está namorando com Lila (Emilia Attias), uma cantora pop
que não tolera seus ciúmes e que lhe escreve uma canção que conta seus
piores defeitos. Ela também complicará a vida de outro dos amigos:
Facundo (Rafael Spregelburd) quem sempre sonhou em ser compositor, mas
trabalha em um cemitério privado. Ele está a ponto de se casar com
Karina (Maricel Alvarez).
Por último
temos Marcelo (Ignacio Toselli) que lidera uma banda tributo a The
Beatles sem nenhum tipo de êxito e é muito especial com suas relações
sentimentais. Um dia chega a sua vida Yenny (Akemi Nakamura) dentro do
que é um gesto muito inteligente para qualquier beatlemaníaco.
Tanto os
quatro atores principais como o resto do elenco brilham com seus
respectivos personagens e desenvolvem com grande eloquência as linhas de
um roteiro ingenioso e que dá lugar à reflexão sobre as relações e a
vida assim como também por momentos faz morrer de rir. Menção aparte
para Fernán Mirás cuja atuação provavelmente seja a melhor de sua
carreira até a data.
O último para
dizer é a rápida fotografia própria de um video clipe que gera um relato
visual muito dinâmico, o que faz uma vez mais com que o diretor deixe
bem posta sua marca. É quase impossível sair de uma projeção sem que
Días de vinilo te gere algum sentimento positivo, é um desses filmes que
nos recordam o por quê de gostarmos de ir ao cinema e passar um bom
tempo dentro da sala.
E como se isto
fosse pouco, Gabriel Nesci consegue o que muito poucos realizadores tem
conseguido: transformar uma nota musical em um fotograma, converter uma
canção em um filme. A verdadeira magia do cinema, o mais completo das
artes.
Matías Lértora
Jornalista e crítico de cinema. Trabalha em “Casting” (Radio Rivadavia), “Servicio Completo” (Radio LK), e “Conflictuados” (Radio Palermo)
Twitter: @mlertora
Jornalista e crítico de cinema. Trabalha em “Casting” (Radio Rivadavia), “Servicio Completo” (Radio LK), e “Conflictuados” (Radio Palermo)
Twitter: @mlertora
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