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PABLOCHI - 03 - Vamos fazer direito


  Capítulo 3 – Vamos fazer direito (Narrado por Rocío)

Novamente ele me arrancou um sorriso envergonhado. Ele também sorriu e ficamos em silencio, trocando olhares. Depois de alguns segundos ele quebrou o silêncio.

Pablo: E voce, veio aqui pra que?
Rochi: Estou procurando um livro. De verdade!

Pablo: Qual?

Rochi: O Morro dos Ventos Uivantes.

Pablo: Wuthering Heights de Emily Brontë?
Rochi: É, conhece?

Pablo: É um dos meus preferidos. Paixões quase doentias, a ferocidade do protagonista, inveterados preconceitos, terríveis discriminações sociais que geram injustiças e choques emocionais irremediáveis, os horrores da alma humana, cenas de irritabilidade com rastros de ira e vingança povoam as páginas de um romance que até hoje, ainda deixa os leitores fascinados.



Eu sorri deslumbrada. Ele se afastou um pouco de mim. Por um instante eu já não o via mais. Então ele voltou com o livro em suas mãos e me entregou.

Pablo: A versão original!

Rochi: Obrigada! – sorri me afastando dele.

Caminhei até a mesa da biblioteca. Peguei meu cartão e passei na máquina, registrando os meus dados e do livro que eu estava pegando. Me virei e fui até a porta. Ele veio atrás de mim. Sai, analisando cada detalhe do livro que se encontrava em minhas mãos e ele me seguia.

Rochi: Pretende ir até onde? – disse sem tirar os olhos do livro.

Pablo: Até onde voce vai?

Eu não respondi, continuei andando e ele continuou me seguindo.
Saímos do prédio e caminhamos até a praça. Lá ele parou na minha frente.

Pablo: Vai continuar me ignorando?

Rochi: Não estou te ignorando! – disse sorrindo

Pablo: Tudo bem. Vamos fazer direito.

Eu não entendi bem o que ele disse, mas deixei acontecer.

Pablo: Você quer sair comigo?

Meu coração acelerou e eu apenas dei um sorriso.

Pablo: Vou encarar isso com um sim. Te pego amanhã, as sete! – ele disse sorrindo.

Pablo tomou minha mão e abeijou delicadamente. Depois me olhou profundamente por um instante e então caminhou em direção ao prédio onde morava. Eu o observei discretamente por alguns minutos e então comecei a caminhar em direção ao meu prédio.
Cheguei ao meu andar. Meu quarto era o ultimo e o maior. Os quartos costumavam ter três camas, mas como no meu dormiam apenas eu e Euge, pedimos permissão e tiramos a outra cama. Entrei, me deitei e comecei a ler o livro.
Euge entrou no quarto, parecia estressada.

Rochi: Tudo bem?

Euge: Ah claro, está tudo ótimo! – disse irônica.

Rochi: Quer contar o que aconteceu?

Euge: Não!

Rochi: Tudo bem! – voltei os olhos para o meu livro.

Euge: Me abraça!

Larguei o livro e caminhei até ela. Ela se acolheu em meus braços e deitou sua cabeça em meu ombro.
Rochi: Foi o Benja?

Euge apenas balançou a cabeça e eu logo entendi o que havia acontecido.

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